Aventura

Giselle dos Santos Steinstrasser

Naufragaram. Era noite de tempestade. Havia algo luminoso à distância. Remaram até lá. Um gigantesco prédio, todo envidraçado, no meio do mar. Subiram numa espécie de peitoril, bateram na janela. Uma chinesa abriu. Pediram ajuda. Ela informou que precisava verificar o protocolo para essa situação. E eles equilibrados em pouco mais de trinta centímetros de cimento. Bateram novamente. A chinesa voltou. Eles explicaram que estavam exaustos, não aguentariam muito tempo. Ela disse que chamaria um supervisor. Algo na água. Uma barbatana. Se movia rápido, direto neles. Bateram outra vez, desesperados pediram ajuda. A chinesa fez sinal de que precisava terminar de preencher os papéis. O tubarão saltou, a boca aberta, enorme. Medonho. Eles se jogaram contra o vidro. Gritaram. Era só abrir a janela. Só. A chinesa fez sinal para que aguardassem. Sentiram o bafo podre do tubarão. Iriam morrer. Faltava pouco. Fecharam os olhos. Nada... Ainda nada. Olharam. Uma orca havia pego o peixe. Então se encolheram, esperando pela burocracia.

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